[PODCAST] A prática da musculação por portadores de HIV
A prática da musculação por portadores de HIV
A prática da musculação por portadores de HIV
A síndrome da imunodeficiência humana, da sigla em inglês HIV ou, pela sigla brasileira AIDS, é uma doença a qual ataca o sistema imunológico que é o responsável por defender o corpo humano de agentes externos os quais podem causar algum tipo de dano. Esta síndrome ataca preferencialmente os linfócitos T CD4+.
Fazendo com que o DNA celular seja alterado e, portanto, a replicação celular ocorra com as células atingidas pelo vírus, sua disseminação no corpo humano pode fazer com que o indivíduo venha “rapidamente ao óbito”, não necessariamente pelo HIV, mas sim, por infecções as quais podem ocorrer devido a supressão do sistema imunológico.
O HIV é um retrovírus que possui período prolongado de incubação, antes dos sintomas da doença serem manifestados, propriamente ditos. É importante, entretanto, salientarmos que um soropositivo não é necessariamente uma pessoa que tenha AIDS. Isto porque, o vírus do HIV se multiplica em um período conhecido como “período janela” onde, ainda não há danos nas células. Apesar disto, soropositivos podem transmitir a doença para outras pessoas, pelo contato de secreções como as genitais ou mesmo pelo sangue.
Hoje, inúmeras são as pessoas as quais possuem HIV, mas, grande parte delas possui um quadro muito estável e que são altamente tratáveis. Devido a evolução na medicina, hoje não é possível curar o HIV ainda, mas, é possível reduzir muito sua multiplicação bem como, fazer com que o corpo não sofra tanto com seus efeitos, promovendo uma qualidade de vida muito melhor ao portador desta.
Apesar da evolução da medicina e do tratamento médico que é indispensável, pode-se dizer que existem protocolos e pequenas mudanças nos hábitos de vida os quais podem não somente contribuir para a melhoria da qualidade de vida como um todo, mas ainda, para objetivos específicos, incluindo os objetivos estéticos desejados por aquele dado indivíduo.
Entre esses protocolos, podemos mencionar os dietéticos, os de treinamento físico o de uso de suplementações e, em alguns casos e, de maneira criteriosa, o uso de fármacos como os esteroides anabolizantes.
Portanto hoje, este é um pequeno artigo dedicado a você, portador de HIV, capaz de mostra-lo que, com alguns pequenos cuidados e atenções específicas, você conseguirá alcançar os resultados os quais tanto deseja em sua vida.
O tratamento médico
Antes de falarmos de quaisquer protocolos auxiliares ao tratamento do HIV, é imprescindível que o indivíduo esteja sendo devidamente acompanhado por uma equipe multidisciplinar, especialmente a médica. Isto porque, sem sombra de dúvidas, o uso de medicamentos para o controle dos quadros de HIV são vitais para estas pessoas e, diferente do passado, elas conseguem ter muito menos efeitos colaterais.
As drogas normalmente utilizadas para essa finalidade, combatem os processos relacionados com o retrovírus, mas, não fazem com que o indivíduo aumente sua massa muscular perdida ou algo do tipo, salvo quando estamos falando do uso de esteroides anabolizantes, propriamente ditos, os quais muitas vezes são usadas neste meio.
O quadro de HIV precisa estar relativamente sob controle (apesar disto não ser possível por completo) para que o indivíduo possa aderir a protocolos auxiliares e conquistar uma vida normal dentro de suas possibilidades, é claro.
Portanto, nunca pense que, sem o devido acompanhamento médico, seja possível conseguir resultados, sejam eles quais forem.
A dieta para soropositivo
O primeiro ponto a ser mencionado para uma pessoa que deseja resultados são os protocolos dietéticos. Para o portador de HIV então, este é um fator o qual ainda mais deve ser levado em consideração.
Pense comigo: Se a dieta é essencial para um ser humano qualquer e ainda mais para um atleta, imagine então para um praticante de atividades físicas que possui uma patogenia muito séria como o HIV… Sim, é essencial que esta pessoa tenha alguns parâmetros específicos na dieta além de simplesmente se importar com os macronutrientes de sua dieta (que também são fundamentais, visto seus maiores gastos energéticos e visto as suas necessidades, especialmente proteicas maiores). Porém, outros pontos também devem ser levados em consideração, sendo eles:
– Os micronutrientes: Os micronutrientes auxiliarão o sistema imune e também melhorarão todos os processos fisio biológicos do corpo os quais dependem destes pequenos nutrientes. Além disso, entre os micronutrientes, estão os antioxidantes, que são de vital importância a estes indivíduos.
– Nutrientes anti-inflamatórios: Portadores de HIV podem ter maior capacidade de desencadear processos inflamatórios, portanto, o uso de nutrientes que possam combater essas inflamações é fundamental. Alguns deles podem ser o gengibre, a cúrcuma ou mesmo o ômega-3. Ainda, uma dieta que evite carboidratos simples e mesmo excessos de gorduras trans, gorduras hidrogenadas e afins também contribui no combate do desenvolvimento de processos inflamatórios.
– Alimentos orgânicos, quando possíveis: Normalmente, não vejo necessidade alguma de um indivíduo sadio fazer uso de alimentos orgânicos, visto que, na prática, isto não irá interferir significativamente em sua vida ou mesmo em seus resultados. Porém, para um portador de HIV que faz o uso de medicamentos muito fortes, pequenos detalhes podem fazer grandes diferenças e é justamente o caso de alimentos os quais possam interferir menos nos danos hepáticos, nutrientes os quais possam ser os mais puros possíveis e assim por diante. Desta forma, sempre que possível, foque nestes tipos de alimentos, especialmente no que tange frutas, verduras e carnes (brancas, vermelhas e de pescados em geral).
– O ômega-3: O ômega-3 é um nutriente o qual merece uma atenção especial, pois, ele possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, melhoradoras do sistema imunológico, melhoradoras da síntese proteica e da produção de hormônios, propriedades protetoras das células entre outros. Procure consumir preferencialmente fontes de ômega-3 animais como peixes de águas profundas. Sua biodisponibilidade no corpo é muito maior do que as fontes derivadas de alimentos vegetais.
Não há regras específicas no que deva ser ou não consumido por um portador de HIV, porém, que sua dieta seja o mais equilibrada possível frente as suas necessidades e, principalmente, que em hipótese alguma haja déficits proteicos (assim, jamais negligencie um bom consumo de carnes, ovos, leite e derivados e afins).
O treinamento
O treinamento físico para portadores de HIV
O treinamento também é um fator altamente considerável para um portador de HIV e, preferencialmente, este treinamento deve ser focado na musculação. Sendo assim é não só plausível um o portador de AIDS pratique exercícios resistidos com pesos, mas, recomendável e ainda, eficiente para que ele promova as modificações estéticas as quais deseja.
Em primeiro lugar, a musculação é indicada porque através dela, conseguimos estimular o tecido muscular e, com isso, reduzir os níveis de catabolismo muscular. Além disso, a musculação faz com que sejam secretadas maiores quantidades de hormônio do crescimento (GH) e de testosterona, os quais são altamente anabólicos e os quais contribuem também para uma melhora significativa não só no perfil de massa magra, mas ainda, no próprio sistema imunológico.
De uma maneira geral, a musculação irá contribuir para que o indivíduo tenha uma vida mais saudável, mas, e se ele deseja também um corpo melhor, ela poderá ajudar? Sim, sem sombra de dúvidas! É possível, como mencionado, um portador de HIV tranquilamente desenvolver um bom corpo com uma prática de musculação como qualquer outro indivíduo, desde que sua doença também esteja sendo tratada clinicamente. Ele poderá executar protocolos de treinamento como quaisquer outras pessoas fariam.
Apenas um ponto que deve ser levado em consideração no que tange o treinamento com indivíduos portadores de HIV é justamente o fato de que eles precisam ter um descanso adequado. Uma vez seu estado consumir altas quantidades de calorias e seu sistema imunológico também se mostrar suprimido, treinamentos frequentes demais podem fazer com que isso seja agravado.
Normalmente, se um indivíduo já estiver em bons níveis de saúde, frente as suas condições, claro, cerca de 3 4X de prática de musculação intensa por 40 minutos ou 50 minutos já são suficientes. Ele ainda, pode utilizar sistemas de 2X1 (dois dias de treino por um de descanso, sistemas de 2X2, 1X1 e assim por diante).Tudo dependerá também de como for a sua resposta aos estímulos dados.
Não recomendo que o treinamento seja feito em casa ou tampouco sem uma instrução devidamente qualificada.
Lembre-se que se você estiver desprendendo energia sem um fundamento adequado para isto, você simplesmente estará perdendo seu tempo e poderá prejudicar seu quadro mais do que ajudar.
Os Suplementos para soropositivos
Normalmente, indivíduos portadores de HIV necessitarão de suplementos alimentares, sejam eles fontes de micronutrientes ou de macronutrientes. Isto quer dizer basicamente que, ele pode precisar de uma gama de suplementos alimentares. Ainda, além dos seus gastos energéticos serem bastante altos, muitas vezes eles não tem um apetite elevado, o que pode fazer com que os suplementos sejam uma alternativa muito vantajosa. Não, não quero dizer com isto que SEJA REALMENTE NECESSÁRIO usar suplementos, mas, eles podem ser uma vantagem bastante grande.
No caso dos suplementos os quais são fontes de micronutrientes, eles melhorarão o sistema imunológico, auxiliarão a reduzir os níveis de oxidação celular e também poderão agir como nutrientes anti-inflamatórios.
O mesmo vale para alguns ácidos graxos essenciais, como o ômega-3. Já no caso dos suplementos fontes de macronutrientes, existem dois principais que devem ser salientados, sendo os hiperprotéicos, a fim de suprir as necessidades proteicas que a maioria não irá suprir apenas com a dieta e os hipercalóricos, que podem ser grande vantagem para indivíduos que estão com algum tipo de dificuldades na sua manutenção de peso corpóreo.
Porém, os hipercalóricos devem ter certo cuidado, pois, grande parte dos que são comercializados no Brasil possuem uma qualidade muito ruim.
Os aminoácidos também são uma classe de suplementos de bastante relevância para pessoas com HIV.
Especialmente a L-Glutamina, por auxiliar o sistema imunológico e a Creatina que é essencialmente importante na prevenção da perda da massa muscular e também na manutenção da força corpórea.
Como mencionado, os suplementos não são obrigação de consumo, mas, podem se mostrar como poderosos aliados na sua jornada, especialmente se você deseja bons resultados.
O uso de fármacos anabolizantes
Não convém aqui dizer que se deva ou não usar fármacos anabolizantes no caso de pessoas com HIV.
Entretanto, sabe-se que esta é uma prática muitas vezes clinicamente comum, pois, o uso destes hormônios pode auxiliar a manter o tecido muscular bem como auxiliar no seu incremento.
Pessoas as quais possuem HIV podem facilmente entrar em níveis de desnutrição e perda de massa muscular, óssea etc. Desta forma, existem muitos recursos os quais são usados há anos na clínica e apresentam-se beneficentes.
Entre eles, os mais comuns estão a testosterona, o decanoato de nandrolona e também a oxandrolona.
Porém, novamente é salientado aqui que você deve ter um preciso acompanhamento médico caso seja necessário o uso deste tipo de medicamento.
Conclusão
Finalmente, podemos chegar no final deste artigo com a conclusão de que, apesar do HIV ser uma doença bastante séria, não ter cura e poder levar o indivíduo ao óbito, ela pode ser controlada, não somente com um tratamento clínico médico adequado, mas ainda, com a prática de atividades físicas periódicas e também de uma boa nutrição.
Ainda, um indivíduo o qual deseja resultados estéticos e é portador de HIV, não precisa desistir no meio do caminho, pois, este é um objetivo hoje totalmente alcançável, desde que ele esteja sendo devidamente assistido por uma equipe multidisciplinar e desde que o indivíduo, de fato, faça o que precisa ser feito de maneira ainda mais disciplinada e metódica do que uma pessoa a qual não possui HIV.
Assim, utilizando-se de dicas simples e objetivas, certamente você poderá propor mudanças em seus hábitos diários, resultando assim numa melhor qualidade de vida e, claro, em resultados estéticos cada vez melhores!
