A Influência dos hormônios na hipertrofia muscular
Você já deve ter ouvido falar de hormônios como GH, testosterona, insulina e cortisol. Mas sabe a influência deles no ganho de massa muscular?
Falaremos aqui sobre a importância de cada um deles, e sua contribuição no treinamento de força.
HORMÔNIOS ANABÓLICOS
GH
Relacionado no aumento da síntese protéica e na redução da degradação muscular, é sintetizado e liberado por células específicas localizadas na glândula pituitária. Secretada pela hipófise, através de sua ação na síntese protéica (fabricação de proteína), multiplicação e diferenciação celular, a somatropina, também conhecida por GH, promove o crescimento de todo o corpo.
Os principais estímulos que levam a liberação do GH são:
- o sono;
- hipoglicemia;
- alta ingestão de proteínas;
- estresse;
- exercício;
- e outros agentes.
O hormônio do crescimento, além do fator de crescimento, possui funções metabólicas especificas, promove aumento da síntese protéica, eleva a mobilização lipídica para produção de energia e reduz a utilização da glicose, como também reduz o catabolismo dos aminoácidos (produtos da quebra das proteínas).
TESTOSTERONA
A testosterona é, através de evidências científicas, um dos principais hormônios anabólicos do organismo. É secretado nos testículos, pelas células de Leydig via hipotálamo e glândula pituitária, ambos situados na base do cérebro. A glândula pituitária é considerada uma glândula mestra, pois secreta hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas, sendo grande parte de suas funções reguladas pelo hipotálamo.
Esse que, por sua vez possui a função de ligar o sistema nervoso central ao sistema endócrino, chamado muitas vezes de “liberador de hormônios“.
O hormônio sexual masculino tem influências no comportamento sexual e emocional, dando então características específicas masculinas ao indivíduo. Em conjunto com o GH, este hormônio contribui para o crescimento muscular através do aumento da síntese e diminuição da degradação protéica.
A TST também está relacionada com o processo de hipertrofia muscular, pois um dos principais estímulos que levam à liberação desse hormônio é o treinamento de força.
IGF-1
Este hormônio, também conhecido como somatomedina–C, é sintetizado e liberado pelo fígado estando sob influência do GH. A síntese protéica depende de um equilibrado balanço nitrogenado, sendo o principal fator do balanço a quantidade e qualidade das proteínas ingeridas.
O IGF-1 age como mediador do GH, uma vez que, promove crescimento corporal através da diferenciação de células, estimula a síntese de proteínas e diminui a degradação. Porém, as respostas do IGF-1 ao treinamento de força ainda não estão claras, necessitando de maiores pesquisas (SIMÃO 2003).
INSULINA
Hormônio liberado pelo pâncreas, juntamente com o glucagon, a insulina regula a glicose sanguínea e o metabolismo dos ácidos graxos (gerados através da quebra dos lipídios).
Assim como regula o metabolismo de CHO e também influencia na síntese protéica e de RNA, esse hormônio facilita e aumenta o transporte de glicose e aminoácidos para as células musculares e do tecido adiposo, promovendo a diminuição do catabolismo protéico, e, aumentando a síntese e armazenamento de proteínas celulares e de glicogênio muscular.
Considerado um dos hormônios mais anabólicos, por promover maiores transporte e armazenamento de aminoácidos para o interior das células, a insulina se mostra eficaz no processo de síntese protéica.
Quando controlada, a insulina promove um eficiente estado anabólico, principalmente para atletas, pois inibe a degradação muscular no período de recuperação, e afeta positivamente o anabolismo.
HORMÔNIOS CATABÓLICOS
CORTISOL
É um hormônio produzido pelas glândulas supra renais. Tem algumas ações primárias, como o estímulo à quebra de proteínas, gorduras e ajuda na metabolização da glicose no fígado.
Muito se relaciona o cortisol com hormônio do stress. Diante situações de emergência ele ativa respostas para o organismo, fazendo com que aconteça o aumento da pressão arterial e também o açúcar no sangue. O organismo, por sua vez, neste momento, fica concentrado na função catabólica.
É usado em alguns casos de stress, para controlar inflamações, trabalha no controle dos níveis de açúcar no sangue e no funcionamento do sistema imune, principalmente no controle da pressão arterial.
Altos níveis de cortisol no organismo podem trazer problemas à saúde, como perda de massa muscular, aumento de peso ou a diminuição de testosterona ou menstruação irregular, pode causar também doenças como a Síndrome de Cushing, levando a uma desordem endócrina.
Já baixos níveis de cortisol podem trazer sintomas de depressão, cansaço e fraqueza ou problemas mais graves como a Doença de Addison, que consiste numa doença rara que provoca insuficiência da glândula supra renal.
Estímulos como:
- estresse;
- má alimentação;
- cargas excessivas de treino.
Estimulam a liberação do cortisol pelo córtex adrenal através da glândula pituitária. Na célula, este hormônio vai se ligar a seu receptor e vai afetar negativamente o RNA mensageiro ocasionando um aumento na degradação protéica.
É o verdadeiro molde da síntese protéica estando, dessa forma, diretamente envolvido no processo de hipertrofia muscular .
GLUCAGON
O glucagon ajuda a manter os níveis de glicose no sangue ao se ligar aos seus receptores, que em suma são os hepatócitos ou comumente chamadas de células do fígado, fazendo com que o fígado libere glicose , armazenada na forma de glicogênio. Assim que estas reservas acabam, o glucagon faz com que o fígado sintetize glicose adicional, que será lançada na corrente sanguínea prevenindo o desenvolvimento de uma hipoglicemia.
No exercício, há uma estimulação de glucagon, com isso a estimulação da insulina é diminuída. Isto é, há uma relação inversamente proporcional entre o exercício e a insulina, em outras palavras, quanto maior for a duração do exercício menor será a produção de insulina (MOREIRA et al, 2010), com isso a capacidade anabólica do hormônio insulina é diminuída, e então o glucagon entra com suas funções. Das quais podemos citar:
- Estímulo à proteólise: é o processo de degradação (digestão) de proteínas por enzimas, chamadas proteases, ou por digestão intramolecular.
- Estímulo à lipólise: é um processo pelo qual há a degradação de lipídios em ácidos graxos e glicerol. Ocorre no tecido adiposo.
- Em condições normais, a ingestão de glicose suprime a secreção de glucagon. Há aumento dos níveis séricos de glucagon durante o jejum.
CONCLUSÃO:
Hormônios são responsáveis pelo equilíbrio de todo o corpo, para seu o crescimento e desenvolvimento, podendo até ser considerados a base do funcionamento corporal. Principalmente para praticantes de atividade física, um bom equilíbrio hormonal é essencial, não somente para evitar degradação ou promover a síntese muscular, mas também para que outras funções corporais não sejam prejudicadas, e assim promover um maior aproveitamento e desenvolvimento corporal desejado.
Por Personal Raphaela de Paula Pereira
Referências:
MCARDLE , W.D.; KATCH, F.L.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 7ª ed.
MOREIRA, Ramon Missias et al. A ação dos hormônios GH, catecolaminas, insulina, glucagon e cortisol nos níveis de glicose no corpo em exercício. Revista Digital Efdeportes.com. Buenos Aires, ano 15, n. 151, 2010.
SIMÃO ,R. Fundamentos fisiológicos para o treinamento de força e potência. São Paulo. Phorte Editora; 2003.
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