DHEA: O que é, benefícios, como tomar, efeitos colaterais e outras informações relevantes

DHEA

DHEA é a sigla para desidroepiandrosterona, que vem do inglês dehydroepiandrosterone, também conhecida como prasterona, um hormônio esteroide (derivado da molécula de colesterol) que naturalmente é produzido e secretado no corpo humano pelas glândulas adrenais, pelas gônadas, pelo tecido adiposo, pela pele e também pelo cérebro por mecanismos autócrinos e é responsável por ser um dos intermediários na síntese de testosterona (entre outros hormônios esteroides de menor relevância neste caso), um dos hormônios mais importantes no corpo do homem, mas, que desempenha funções essenciais e, por hora vitais no corpo das mulheres também.

Até algum tempo atrás, quando se falava em quedas nos níveis endógenos de testosterona, se falava também no uso exógeno da mesma. Além disso, este uso se deu e se dá mesmo em pessoas sadias, buscando elevar a performance, melhorar a estética ou até mesmo acelerar algum tipo de recuperação. Todavia, consumir testosterona sintética por meio exógeno pode não ser uma boa alternativa, especialmente quando falamos em efeitos colaterais e quando falamos do seu uso relacionado a fatores extra clínicos.

Sendo assim, algumas alternativas passaram a ser estudadas e testadas, tendo boa parte delas certa eficiência em promover essa melhora e, consequentemente, resultar em efeitos pretendidos, sejam eles quais forem.

Não é por acaso que hoje, mesmo no meio artístico, muito tem se falado sobre o uso do DHEA como forma de rejuvenescimento, de melhoria da pele entre outros inúmeros possíveis benefícios. Seria ela uma pírula milagrosa?

Entre essas alternativas, descobriu-se o consumo de DHEA. Mas, afinal, o que seria o DHEA?

Ele desempenha as mesmas funções as quais o hormônio produzido em meio endógeno desempenha? Seu consumo possui algum risco? Quaisquer pessoas podem usá-lo? E quais são as melhores ou mais comuns formas de uso? Ele gerará efeitos colaterais? É necessário combiná-lo com algo mais? Se você quer saber a resposta dessas perguntas e conhecer um pouco mais sobre esta nova febre no mundo dos suplementos, este artigo é dedicado a você.

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O que é o DHEA?

O que é dhea

O DHEA é um hormônio produzido em meio endógeno por glândulas e órgãos diversos no corpo como as glândulas adrenais, as gônadas e o tecido adiposo, entre outros. Este é um hormônio precursor da androstenediona que, por sua vez, é um dos principais precursores da testosterona, da estrona e do estradiol.

Cerca de 50% dos hormônios masculinos e 70% dos hormônios femininos tem derivação do DHEA.

O pico máximo de produção de DHEA no corpo se dá em média aos 20 anos de idade, obviamente, quando se atinge a máxima maturidade sexual. Após este período, a tendência é que estes níveis sejam relativamente reduzidos ano a ano, especialmente após os 30 anos de idade, especialmente nas mulheres. Aos 65 anos de idade, a produção chega a ser cerca de 10% da quantidade ideal a qual deveria ser produzida e após os 70 anos de idade, este número cai para 25%.

É importante ressaltar ainda que, não tão somente a idade é um fator relevante para a redução na produção de DHEA, mas ainda, outros fatores como doenças (HIV, por exemplo), uso de corticoides, maus hábitos de vida, uso de anticoncepcionais entre outros também pode contribuir para essa redução.

O DHEA tem sido grandemente usado em meio clínico, mas ainda, no meio que visa o desempenho esportivo e a estética. Também pudera: seus efeitos relevantes no aumento dos níveis de testosterona, seus efeitos lipolíticos (de queima de gordura corpórea) e mesmo seus efeitos relacionados com a sensação de bem-estar, de alegria, de melhoria de sono entre outros, são notáveis de longe!

De onde vem a suplementação com DHEA?

De onde vem o Dhea

A suplementação com DHEA já é estada há mais de 40 anos e diversos são os indícios os quais mostram que ela é, de fato, eficiente. Obviamente, não podemos compará-la ao uso exógeno de hormônios, mas, para alguns casos, ela pode ser uma alternativa viável, uma vez que as chances de efeitos colaterais são bem menores.

A DHEA é produzida na indústria de suplementos alimentares através de uma saponina chamada diosgenina, de origem vegetal, claro.

Hoje, existem muitos produtos no mercado e, claro, com inúmeros graus de pureza e, claro, com inúmeros graus de boa produção. Portanto, essencialmente é importante sempre estar atento ao tipo de produto ao qual você está utilizando (ou deseja utilizar) e sempre buscar boas referências a respeito dele.

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Por que usar DHEA?

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Muitos são os indícios que trazem inúmeros benefícios com o uso de DHEA. Entretanto, grande parte deles não são comprovados. Todavia, existem alguns os quais demonstram benefícios que realmente existem. O DHEA hoje é usado com inúmeros princípios. Entre eles, podemos mencionar:

– Aumento da massa muscular: Por ser um precursor direto da testosterona e este, por sua vez, ser um dos principais hormônios responsáveis por estimular a síntese proteica e a massa muscular, este é um suplemento extremamente eficiente para este aumento.

Este ponto é interessante, pois, obviamente, além de pessoas que queiram aumentar seus níveis naturais de testosterona, pessoas as quais tenham níveis baixos, podem auxiliar na estabilização dos mesmos, obtendo os benefícios de índices ideais de testosterona.

– Redução dos níveis de depressão e aumento da sensação de bem-estar: A testosterona é um dos responsáveis por promover a sensação de bem-estar tanto em homens quanto em mulheres. Seus níveis, quando baixos, contribuem para queda nos níveis de humor, queda na sensação de bem-estar etc. Sendo possível um aumento e/ou estabilização destes níveis, então, claro que você conseguirá evitar esses contratempos!

– Efeitos na queima de gordura corpórea: A testosterona, por aumentar a massa muscular, faz com que o corpo aumente a queima de calorias e, consequentemente, utilize mais gordura como fonte de energia. Desta forma, o uso de DHEA poderá auxiliar quem deseja queimar aqueles “baconzinhos” extras. Além disso, estudos mostram que o DHEA possui efeitos termogênicos, o que contribui para uma queima de calorias ainda maior.

– Melhora no desejo sexual, em disfunções eréteis e na fertilidade: Comprovadamente sabe-se que níveis baixos de testosterona podem interferir na libido e na fertilidade de homens e mulheres. Assim, o DHEA também poderá evitar estes transtornos ou até mesmo auxiliar no tratamento deles caso já existam.

– Tratamento e prevenção da esquizofrenia: Em 2003, foi publicado um artigo na Archives of General Psychiatry o qual mostrava que os níveis de ansiedade e depressão poderiam ser reduzidos em pessoas com esquizofrenia através da suplementação de DHEA.

Sarcopenia: Conforme os anos se passam, devido a várias alterações no corpo e no metabolismo, a tendência para que a massa muscular seja reduzida concomitantemente a um aumento de gordura corpórea tendem a ocorrer. Entre os principais fatores causadores disto está a queda nos níveis de testosterona. Desta forma, a sarcopenia pode ser evitada e/ou significativamente reduzida através de uma boa estabilização hormonal.

– Aumento no desempenho físico: Sabemos que, entre os principais fatores que proporcionam uma atividade física está os níveis hormonais. Logicamente, a quantidade de tecidos contráteis (músculos) também. O aumento dos níveis de testosterona fazem com que o atleta ou o esportista se recupere melhor, tenha maior síntese proteica, consiga reduzir sua fadiga, seus níveis de gordura corpórea e, entre outras palavras, melhorar como um todo seu desempenho físico e seus processos adaptativos ao treinamento (que, por sinal, são os responsáveis por ocorrer o progresso).

– Melhora na sensibilidade à insulina: Sabemos que o aumento da massa magra por si só já aumenta a sensibilidade à insulina e reduzir as chances do desenvolvimento de doenças como o diabetes ou mesmo o aumento da gordura corpórea. A testosterona por si só também é um hormônio que faz com que o corpo reduza a resistência à insulina.

Sabemos que aumentar a sensibilidade à insulina é metabolicamente importante, mas ainda, promove melhores composições corpóreas e uma melhor estética também. Ela também traz consigo uma melhora nos compostos energéticos do corpo, fazendo assim com que os carboidratos, em especial, sejam usados com mais eficiência ao invés de serem estocados em forma de gordura corpórea.

– Redução das chances do desenvolvimento de câncer: disfunções hormonais (tanto para mais, quanto para menos) podem trazer sérias consequências no corpo e aumentar os radicais livres. Isso pode gerar danos celulares os quais podem ser, futuramente, resultantes em câncer. Portanto, o equilíbrio adequado de testosterona pode favorecer nesta prevenção. DHEA e mulheres

Quando falamos em DHEA falamos no aumento da testosterona e, logo pensa-se que não é possível sua utilização por mulheres. Entretanto, não estamos falando da testosterona de maneira direta consumida via injeções, mas sim, de precursores da mesma. Quando ajustadas as dosagens e, claro, quando bem orientadas, mulheres podem fazer uso do DHEA obtendo seus inúmeros benefícios. Isso porque, lembre-se de que a testosterona também é essencial no corpo feminino, como fora dito anteriormente.

DHEA possui efeitos colaterais?

dhea efeitos colaterais

 

Um grande erro da maioria das pessoas é achar que o simples fato de DHEA proporcionar tantos benefícios, não irá gerar efeitos colaterais, mas, este é um grande erro, pois, estamos falando de um hormônio o qual, inclusive, requer supervisão médica para que seja realmente eficiente e seguro seu uso.

Ainda, neste grupo estão inclusas pessoas as quais fazem tratamentos contra doenças (especialmente HIV), que possuem dislipidemias, que utilizam esteroides anabolizantes e/ou peptídeos, que utilizam anticoncepcionais etc

Em primeiro lugar, não se recomenda que gestantes, mulheres lactantes ou pessoas as quais possuam algum tipo de doença ou estejam usando algum tipo de medicamento usem o DHEA sem uma prescrição médica autorizando e propondo as dosagens.

Em segundo lugar, por estarmos falando de um derivado de colesterol (assim como a testosterona e seus derivados), pode haver um impacto no sistema cardiovascular, especialmente relacionados com o aumento de lipídios totais sanguíneos, aumento do colesterol total, aumento de apolipoproteínas como o LDL e redução nos níveis de HDL.

Alguns outros efeitos colaterais que podem ocorrer são o aumento de acne e oleosidade na pele, fadiga, insônia, perda de cabelo, aumento e/ou irregularidade dos batimentos cardíacos, congestão nasal, calvice, dores abdominais etc.

No que tange os efeitos colaterais, você deve estar pensando que o DHEA pode aumentar os níveis de estrona e estradiol no corpo, visto que ele também é precursor destes hormônios, não é mesmo?

Obviamente, isso seria muito ruim para os homens e, até mesmo caso esse aumento fosse exacerbado, seria ruim para as mulheres.

Todavia, estudos são categóricos ao afirmar que não há alterações nos níveis de estrógenos em homens e, não há alterações que possam ser consideradas danosas ao corpo ou prejudiciais em algum aspecto, seja ele qual for.

DHEA: Como tomar

Dhea como tomar

As dosagens de DHEA podem ser muito variáveis e tudo dependerá da indicação médica. É importante salientar que essas doses devem SEMPRE SER RESPEITADAS, pois, seu uso indiscriminado poderá trazer efeitos colaterais graves.

Qual o preço de DHEA?

Hoje, existem muitas empresas que trabalham com este produto e, claro, os preços variam muito. 90 cápsulas de 25mg são encontradas em um valor médio de 100 reais, enquanto a mesma quantidade em cápsulas de 50mg são vendidos numa média de 170 reais e de 100mg de 190 reais. Porém, como mencionado, tudo dependerá da loja e do fabricante que você escolher.

Não sendo esse um suplemento comercializado comumente no Brasil, a ANVISA exige controle especial do mesmo e ele não pode ser vendido em farmácias tradicionais, fazendo com que seu preço se eleve, infelizmente.

Conclusão:

O DHEA é um suplemento com inúmeros benefícios os quais variam desde os de saúde, aos estéticos e de performance.

Agindo especialmente no equilíbrio e no aumento dos níveis de testosterona de maneira menos expressiva do que com o uso de erogênicos hormonais exógenos, ele pode ser uma alternativa por possuir menores efeitos colaterais.

Seu uso, para ter o máximo de eficiência, deve ser feito com acompanhamento médico e, bons protocolos de dieta, treinamento bem como, hábitos saudáveis de vida também tornam-se essenciais.

Bons treinos!

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Marcelo Sendon

Marcelo Sendon é Avançado e especialista em nutrição – IFBB - Graduado de Ed. Fisica - Atleta Fisiculturista.

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